quarta-feira, 23 de maio de 2012

24 de Maio - Dia de Santa Sara Kali

SANTA SARA KALI - A PADROEIRA DO POVO CIGANO

  

Santa Sara Kali é a padroeira dos roma (ciganos).
O seu nome, tal como o de Sara no Antigo Testamento, pode ser um nome hebraico que indica uma mulher de alta sociedade, que algumas vezes é traduzido como “princesa” e outras “senhora”. Já o epíteto Kali deve significar "negra", da língua indiana sânscrito, pela sua tez ser escura. Seu culto se liga ao das Virgens Negras.
As lendas a identificam como a serva de uma das três mulheres de nome Maria que estavam presentes à crucificação de Jesus.
Algumas falam que ela seria serva e parteira auxiliar de Maria, e que Jesus, por esta te-lo trazido ao mundo, teria uma alta estima por ela. Outras, que era serva de Maria Madalena.

Seu centro de culto é a cidade de Saintes-Maries-de-la-Mer, na França, onde ela teria chegado junto com Maria Jacobina, irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro e Maxíminio. Eles teriam sido jogados no mar em um barco sem remos nem provisões, e Sara teria rezado e prometido que se chegassem a salvo em algum lugar ela passaria o resto de seus dias com a cabeça coberta por um lenço. Eles depois disso chegaram a Saintes-Maries, onde algumas lendas dizem, foram amparadas por um grupo de ciganos.
A imagem de Santa Sara fica na cripta da igreja de Saint Michel, onde estariam depositados seus ossos.
Fontes variam: se sua canonização consta de 1712, ou se é uma santa regional. Sua festa é celebrada nos dias 24 e 25 de maio, reunindo ciganos de todo o mundo.

Sua imagem é coberta de lenços, sendo ela uma protetora da maternidade. Mulheres (romi) que não conseguem engravidar e mulheres que pedem por um bom parto, ao terem seus pedidos atendidos, depositam aos seus pés um lenço (diklô). Centenas de lenços se acumulam aos seus pés.
As pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, por sua fama de atender todos os que depositam verdadeira fé nela.
Santa Sara é a santa dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.


ORAÇÃO A SANTA SARA

Santa Sara, minha protetora, cubra-me com seu manto celestial. 
Afaste as negatividades que porventura estejam querendo me atingir.

Santa Sara, protetora dos ciganos, 
sempre que estivermos nas estradas do mundo, 
proteja-nos e ilumine nossas caminhadas. 

Santa Sara, pela força das águas, pela força da Mãe-Natureza, 
esteja sempre ao nosso lado com seus mistérios. 
Nós, filhos dos ventos, das estrelas, da Lua cheia e do Pai, 
só pedimos a sua proteção contra os inimigos. 

Santa Sara, ilumine nossas vidas com seu poder celestial, 
para que tenhamos um presente e um futuro tão brilhantes, 
como são os brilhos dos cristais.

Santa Sara, ajude os necessitados, 
dê luz para os que vivem na escuridão, 
saúde para os que estão enfermos, 
arrependimento para os culpados e paz para os intranqüilos 

Santa Sara, que o seu raio de paz, 
de saúde e de amor possa entrar em cada lar neste momento. 

Santa Sara, dê esperança de dias melhores 
para essa humanidade tão sofrida. 

Santa Sara milagrosa, protetora do povo cigano, 
abençoe a todos nós, que somos filhos do mesmo Deus.

Fonte: Wikipedia, Internet

segunda-feira, 21 de maio de 2012

22 de Maio - Dia de Santa Rita (Obá)


OBÁ
 Sincretismo: Santa Rita de Cássia





1. Orixá feminina, pouco cultuada em terreiros de Umbanda. A maioria dos terreiros espalhados pelo Brasil cultuam Obá como sendo a mesma Orixá Iansã, pois segundo a lenda Obá era irmã de Oyá (Iansã) e suas histórias se misturam.

2. Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo, arco e flecha (Ofá).
3. Obá representa as águas revoltas dos rios. As pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá. Ela também controla o barro, água parada, lama, lodo e as enchentes. Trabalha junto com Nanã.
4. Representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos. É também a dona da gira.
5. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta Oxalá, Oyá (Iansã), Oxumaré e Exú.
6. Características dos filhos (arquétipo) de Obá: Os filhos e filhas de Obá são lutadores, bravos, um tanto agressivos, o que as levam a serem pouco compreendidos. Frequentemente tendem a terem experiências infelizes e amargas. São ciumentos, pois são muito zelosas com tudo que lhe pertencem. Porém, pessoas de grande valor e dedicação. Tendem a alcançar seus ideais. Dedicadas e muitas vezes ingênuas, principalmente em relação ao amor e as amizades.
7. Cor: Marrom raiado, vermelho e amarelo
8. Fio de Contas (Guia): Marrom, vermelho ou amarelo
9. Ervas: Louro, Mãe-boa, Manjericão roxo
10. Símbolo: Ofange (Espada) e Escudo de cobre
11. Pontos da Natureza: Águas revoltas
12. Flores: Gerânio, flor de Romã
13. Pedras: Quartzo 
14. Metal: Cobre
15. Dia da Semana: Quarta-feira
16. Elemento: Fogo e Água
17. Saudação: “Obá Siré!”
18. Bebida: Champanhe
19. Comidas: Inhame
20. Data Comemorativa: 22 de maio
21. Sincretismo: Santa Rita de Cássia
22. Incompatibilidades (Quizilas): Abóbora e rato

domingo, 13 de maio de 2012

13 de Maio - Dia dos Pretos Velhos e das Pretas Velhas

LINHA DE PRETOS-VELHOS E PRETAS-VELHAS
   

1. Pai Antônio foi o primeiro preto velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Moraes onde se estabeleceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu essa “linha” para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.
2. O “Preto-Velho” está ligado à cultura religiosa Afro-Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia, representa uma “linha de trabalho”, uma “falange de espíritos”, todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.
3. São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas como Pai João e Vó Maria, por exemplo.
4. Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho despersonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico “preto-velho”. Muitos até dizem “nem tão preto e nem tão velho”, ainda assim “preto velho fulano de tal”. A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do “preto-velho”, muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do “preto-velho” dentro das mesmas.
5. Preto é Cor e Negro é Raça, logo o termo “preto-velho” torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria “Negro Velho”, “Negro Ancião” ou ainda “Negro de idade avançada” para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na “terceira idade” (a melhor idade). Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.
6. Alguns preferem chamá-los apenas de “Pais Velhos” o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se aufo-afirmar “Nêgo Véio” e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.
7. O “preto-velho” é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.
8. No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do “preto-velho” pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam “com estas coisas” pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo. Não existe uma Umbanda “boa” e uma Umbanda “ruim”, existe sim única e exclusivamente uma Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os “Pretos-Velhos”, todos fazem o bem sem olhar a quem, caso contrário não é de fato um “preto-velho”, pode ser alguém disfarçado de “velho-negro”, o “preto-velho” trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.
9. São espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o “mistério ancião”, pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.
10. Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e “preto-velho” fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouvi-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra “Atotô”, saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: “Silêncio”.
11. Nas culturas antigas o “velho” era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas. Algumas tradições religiosas mantêm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.
12. Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.
13. O dia 13 de Maio, dia da Libertação dos Escravos no Brasil, é comemorado o dia dos “Pretos-Velhos”
14. Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca. Tomam café e fumam cachimbo.
15. Representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.