sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

25 de Dezembro - Natal de Jesus Cristo (Oxalá)

OXALÁ
Sincretismo: Jesus Cristo



1. Na Umbanda, Oxalá representa o mais alto na hierarquia dos Orixás, tendo como contraparte nosso Mestre Jesus, o médium supremo.
2. Nos pontos riscados é representado por uma estrela de cinco pontas.
3. Como Orixá na Umbanda, Oxalá se apresenta sob três formas:
    a. Oxaguian: o Oxalá Menino, que é sincretizado com o Menino Jesus de Praga.
    b. Oxalufan: o Oxalá Velho, sincretizado com Jesus no Monte das Oliveiras.
    c. Oxalá: sincretizado com Jesus Cristo.
4. Tanto na Umbanda quanto no Candomblé é de Oxalá a tarefa  da criação da humanidade. Por isso a equivalência a Jesus, manifestação máxima de Deus trino: Pai, Filho, Espírito Santo. Além de responsável pelo molde dos primeiros seres humanos na Terra, é considerado também o criador da cultura material.
5. Oxalá é representado nos Congás por Jesus e é a autoridade suprema na Umbanda. É ele quem ordena aos Orixás que venham ajudar seus filhos por meio dos Guias e Mensageiros que vêm em Terra. Sua imagem é a de Jesus Cristo, sem a cruz e sua cor é branca.
6. Oxalá é considerado o Orixá maior na Umbanda, porque é capaz de atuar em todos os elementos e vibrações através dos outros Orixás.
7. Oxalá nos cultos afro-brasileiros: O mais importante e elevado do Panteão Iorubá; foi o primeiro Orixá criado por Olorum (o Deus supremo). E um dos Orixás Fun-Fun (da cor branca). São muitas as suas lendas e extensa sua origem e história na África. No Brasil, são mais conhecidos Oxalufan, “o velho” e Oxaguian, “o moço”. Na sua forma “guerreira”, Oxalá carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza; na condição de velho e sábio, curvado pelo peso dos anos, é uma figura nobre e bondosa que carrega um cajado, o Opaxorô, de forte simbologia, utilizado para separação do Orun (o Céu) e o Ayié (a Terra). No Brasil é o mais venerado e sua maior festa é uma cerimônia chamada “Águas de Oxalá”, que diz respeito à sua lenda dos sete anos de encarceramento, culminando com a cerimônia do “Pilão de Oxaguian”, para festejar a volta do Pai. Esse respeito advém da sua condição delegada, por Olorum, da criação e governo da Humanidade.
8. Características dos filhos (arquétipo) de Oxalá: Os filhos de Oxalá são pessoas tranqüilas, que tendem à calma até nos momentos mais difíceis. São amáveis e pensativos, mas não costumam ser subservientes. São articulados, reservados e às vezes muito teimosos, sendo difícil convencê-los de que estão errados na resolução de um problema. São bastante participativos, gostam muito da cor branca, são extremamente sinceros, inteligência aguçada, aprendem com facilidade, se adaptam facilmente a qualquer situação, são vaidosos, confusos, sempre estão com algum problema pendente, inventam estórias que mais parece conto de fadas, querem sempre resolver os problemas dos outros. Têm pressa em tudo, tem forte poder de liderança. Em Oxalufan, o Oxalá mais velho aparece com tendência para o debate e a argumentação. 
9. Cor: Branca
10. Fio de Contas (Guia): Branca leitosa
11. Ervas: Boldo, Arnica, Alecrim, Flor e folha da laranjeira, hortelã, erva cidreira
12. Símbolo: Estrela de cinco pontas
13. Pontos da Natureza: Éter e Luz
14. Flores: Camélia
15. Pedras: Cristal de Rocha, Quartzo leitoso
16. Metal: Ouro
17. Dia da Semana: Domingo
18. Elemento: Ar
19. Saudação: “Epa, Epa, Baba!”
20. Bebida: Vinho Branco, leite, água mineral e sumo das próprias ervas
21. Data Comemorativa: 25 de dezembro ou 01 de janeiro
22. Sincretismo: Jesus Cristo
23. Incompatibilidades (Quizilas): Comidas preparadas no Azeite de Dendê

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

08 de Dezembro - Dia de N.Sra. da Conceição (Iemanjá)

IEMANJÁ
Sincretismo: Nossa Senhora da Conceição



1. No Candomblé Iemanjá é mais conhecida como Yemonja que quer dizer mãe cujo filhos são peixes, é a senhora do rio Ógún.
2. A Orixá Iemanjá sincretiza com diversas representações de Nossa Senhora, por representar a grande mãe, provedora e que acolhe os filhos em seus braços, assim como Nossa Senhora sempre acolheu seu filho, Jesus. Também conhecida como Senhora da Coroa Estrelada ou Janaína (do tupi-africano) é a deusa do mar e protetora das mães e das esposas.
3. Iemanjá é símbolo da personalidade feminina, da beleza e da reprodução.
4. Na natureza, liga-se às águas do mar (conhecido também como calunga grande). Rege também todas as substâncias que se encontram no fundo dos mares. É, também, na vibração de Iemanjá que atuam as famosas sereias e as ondinas, seres elementais da Natureza.
5. Iemanjá é a energia geradora, representa a mãe do Universo. Quando incorporadas, as entidades dessa linha gostam de trabalhar com água do mar, expressando-se de forma serena. Fazem uso da mecânica de incorporação emitindo sons que são verdadeiros mantras que são confundidos por lamentos devido a associação do canto das sereias. Nada impede que médiuns homens trabalhem com essas entidades pois todos tem o equilíbrio dentro de si.
6. Da linha de Iemanjá provêem as Caboclas das águas, doce e salgada, cujas falanges descarregam os terreiros e as pessoas que comparecem aos Templos, limpando fluidicamente o ambiente dos Templos e as pessoas que lá comparecem.
7. Os Caboclos e os Pretos Velhos evocam as trabalhadoras da linha de Iemanjá com grande freqüência, principalmente nos descarregos e rezas.
8. Iemanjá trabalha com o sentimento maternal, afabilidade e doçura; apego à hierarquia, retidão e alguma rigidez; determinação, responsabilidade e força.
9. Em termos de popularidade, Iemanjá é a Orixá de maior destaque no Brasil, sendo festejada na Umbanda e cultos africanos. Suas festas atraem crentes de todas as religiões, como nas oferendas de final de ano nas praias de todo o país.
10. É a única Orixá que tem sua imagem própria nos altares, dispensando o sincretismo como acontece com os demais Orixás. Uma bela mulher, saindo das águas do mar, com vestimenta em azul claro, com o colo nu, espargindo estrelas de ambas as mãos.
11. No Rio de Janeiro, reverencia-se a Mãe d’Água em 15 de Agosto. Em São Paulo, a maior comemoração é no dia 08 de dezembro, na Praia Grande.
12. Características dos filhos (arquétipo) de Iemanjá: As filhas e filhos de Iemanjá são voluntariosos(as), fortes, rigorosos(as), protetores(as), altivas e, algumas vezes, impetuosos(as) e arrogantes; têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justos(as) mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se perdoam, não esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam de luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto.
13. Cor: Azul claro
14. Fio de Contas (Guia): Branca (Cristal Translúcido) ou Azul Claro
15. Ervas: Alcaparreira, Aracá-da-praia, Erva de Santa Luzia, Fruta-da-condessa, Graviola
16. Símbolo: Conchinhas
17. Pontos da Natureza: Mar e praia
18. Flores: Flores Brancas (Rosas, Palmas, Crisântemos, etc)
19. Pedras: Água Marinha, Lápis Lazúli (azul e amarela)
20. Metal: Platina
21. Saúde: Rins, Ovário e Cérebro (agindo na mente para manter o equilíbrio)
22. Dia da Semana: Sábado
23. Elemento: Água
24. Essência: Alfazema
25. Saudação: Odôia! Odôfiabá (Odôciabá)
26. Bebida: Champanhe ou Água Mineral
27. Fruta: Graviola, pêssego, melão
28. Comidas: Manjar
29. Data Comemorativa: 08 de Dezembro
30. Sincretismo: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes
31. Incompatibilidades (Quizilas): Carne de pato, peixe sem escamas, cajá, poeira. 

sábado, 3 de dezembro de 2011

04 de Dezembro - Dia de Sta. Bárbara (Iansã)

IANSà
Sincretismo: Santa Bárbara


1. Iansã é a Senhora dos Ventos, dos raios e da tempestade. É Iansã quem domina os furacões e ciclones. Orixá do fogo, do calor, guerreira e regente das paixões. Sua energia é vinculada à força da energia de Xangô. Enquanto Xangô rege o trovão, Iansã atua com seus ventos. Isso se demonstra inclusive nas lendas acerca dos Orixás africanos, que vinculam esses orixás como casados e compartilhando grande amor entre eles.
2. Outro atributo vinculado à Iansã é o de ser a Senhora dos Eguns (mortos). Dentro da sua corrente energética, Iansã é responsável, juntamente com Obaluaiê pelo desprendimento do espírito da vida corpórea. Dentro da sua vibração e atuando nessa função, encontramos o desdobramento de sua energia com a denominação Iansã de Igbale ou Bale, e que no Candomblé equivale à Iansã ligada ao cemitério. Nesse desdobramento energético, o Orixá Iansã magnetiza os espíritos recém-desencarnados, levando-os a refletirem sobre o seu consciencial e emocional para, a partir daí, redirecioná-lo à retomada de seu caminho evolutivo.
3. Iansã é ainda a Orixá regente da linha de boiadeiros, apesar desses trabalharem em todas as 7 linhas da Umbanda, subordinados ainda, à Omulu.
4. Quando há incorporação dos falangeiros da Orixá Iansã nos terreiros de Umbanda, essa incorporação revela sua grande força e energia, como autêntica guerreira e exalando seu amor e alegria, com expressão altiva e com o braço direito estendido para cima e mão direita a balançar. Essa Orixá feminino goza de grande prestígio entre os praticantes tanto da Umbanda quanto do Candomblé e sincretiza com a figura de Santa Bárbara, cultuada no dia 04 de dezembro.
5. Características dos filhos (arquétipo) de Iansã: O arquétipo de Iansã é o das mulheres audaciosas, poderosas e autoritárias. Mulheres que podem ser fiéis e de lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que, em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar a manifestações da mais extrema cólera. Mulheres, enfim, cujo temperamento sensual e voluptuoso pode levá-las a aventuras amorosas extraconjugais múltiplas e freqüentes, sem reserva nem decência, o que não as impede de continuarem muito ciumentas dos seus maridos, por elas mesmas enganados. Em outras palavras, os filhos de Iansã preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo. Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. São as vezes instáveis, exagerados, dramáticos em questões que, para outras pessoas, não mereceriam tanta atenção. Fazem mesmo tempestade em copo d’água. 
6. Cor: Amarelo ou vermelho
7. Fio de Contas (Guia): Vermelha ou amarela
8. Ervas: Espada de Iansã, Cravo da Índia, Alface, Eucalipto-limão, Flamboiant
9. Símbolo: Raio
10. Pontos da Natureza: Ventos
11. Flores: Rosas e Palmas Amarelas
12. Pedras: Coral Vermelho, Quartzo Rosa
13. Metal: Cobre
14. Saúde: Ventre
15. Dia da Semana: Quarta-feira
16. Saudação: Eparrei, Iansã! Eparrei, Oiá!
17. Bebida: Champanhe, Licor de Menta, de anis ou de cereja
18. Comidas: Acarajé, bobó, inhame
19. Data Comemorativa: 04 de dezembro
20. Sincretismo: Santa Bárbara
21. Incompatibilidade (Quizilas): Abóbora e rato

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Linhas de Trabalho na Umbanda

As linhas de trabalho na Umbanda, são compostas por espíritos que evoluíram e se hierarquizaram, assumindo sua missão conscientemente, para auxiliar o ser humano encarnado e o desencarnado.
São espíritos com alto grau de conhecimento das leis divinas com uma grande vontade de servir a Deus através de seus semelhantes.
São consagrados mestres, magos, instrutores, guias, orientadores, conselheiros, pai, mãe, amigo, leal, verdadeiro, de moral elevada, de caráter estável, equilibrados em seu racional e emocional.
São de uma sabedoria profunda porém simples, pois já vivenciaram o lado encarnado da vida e já estão do lado espiritual.
Conhecedores e pesquisadores da natureza, dos Tronos, das Divindades, dos Orixás, da criação como um todo.
Eles vieram de diversas culturas, isso quer dizer, que utilizam-se de formas de trabalha relacionado à afinidade de costumes e culturas de outros países que não só da cultura brasileira.
Em solo brasileiro foi permitido pelo Trono das 7 Encruzilhadas, ter espaço e oportunidade de encarnados e desencarnados se unirem, trocarem experiências e aprendizados, através das comunicações, este intercâmbio chamamos de incorporação. Esse mecanismo disposto desde a criação do ser, está gravado em sua centelha original, em seu campo eletromagnético e em seu eixo, são preparados pelas divindades para esses espíritos quando encarnados serem médiuns e os desencarnados evoluídos e preparados para assumir a evolução de outros irmãos.
Quando são destinados a serem guias espirituais, frequentam “escolas astrais”, “colégios” e “cursos de aprimoramento” sobre os mistérios de Olorum e aprendem a como se comportarem na linha de trabalho que irão se manifestar.
Então as Linhas mais comuns que temos na Umbanda Sagrada:
• Caboclos e Caboclas
• Pretos Velhos e Pretas Velhas
• Crianças (meninos e meninas)
• Baianos e Baianas
• Malandros
• Ciganos e Ciganas
• Boideiros
• Marinheiros
• Exus e Pombas Giras
Quando estes guias espirituais assumem sua missão junto com o médium, cria-se um elo, e aos poucos esses médiuns precisam desenvolver estes dons mediúnicos, procurando um terreiro de Umbanda para que as manifestações sejam acompanhadas junto com o desenvolvimento mental em questão.
Não existe tempo para começar, basta querer se dedicar com amor e paciência, para que possa ser bem conduzido pelos Sagrados Orixás que regem a coroa deste médium.
Os terreiros são espaços preparados para que possa ocorrer as giras de desenvolvimento com tranquilidade, pois todos os terreiros de Umbanda, acredito eu, têm suas firmezas e seus assentamentos firmados, essas são as chaves que protegem e guardam as energias dos seus frequentadores.
Os guias espirituais assumem com o Sacerdote (Pai de Santo) os compromissos perante a espiritualidade, e dentro das hierarquias, uns assumem o grau de mentor, guia chefe e guia de frente, dando suporte e sustentação para o Sacerdote (Pai de Santo) poder lidar com as energias negativas ou com as investidas do baixo astral, ou por que não dizendo, dos médiuns que chegam com seu templo vivo e seu íntimo carregado de energias negativas. 
Os guias são espíritos incansáveis e doutrinadores, em se tratando do assunto em questão, estes mesmos guias de Lei não toleram os procedimentos errados de seus filhos, são os primeiros a lhe chamarem a atenção, eu não acredito que um verdadeiro guia de Lei possa tolerar tais atitudes, controversas às leis de amor e caridade.
Talvez seja o fato de não terem mais estrutura mental para que um espírito de luz possa passar suas comunicações, aí vem às mistificações e tantos problemas que estamos cansados de ouvir, ver ou vivenciar em várias casas.

Cada Linha de Trabalho tem sua forma de ser, seus fundamentos e sua forma de trabalhar.
Cada uma traz seus ensinamentos e todas se completam, trabalhando juntas para a evolução dos seres.
Como num grande hospital, onde cada Linha seria uma especialidade médica.
Cada espírito de luz de uma Linha seria um membro de uma equipe médica voltada a uma especialidade.
Sendo assim cada "paciente" tem cada problema tratado por seu especialista, mas todos trabalhando juntos para que ele melhore e cure no todo.
Todos os guias, de todas as Linhas trabalham em conjunto. Trabalham em equipe e não tem ciúmes ou vaidades. 
Sabem da importância de seu trabalho e do trabalho dos outros. Não se julgam melhores que outros e não subjugam os demais. Se assim fossem, não seriam espíritos de luz a nos aconselhar e orientar em nossa jornada.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

15 de Novembro - Dia da UMBANDA!

Porque dia 15 de Novembro é o Dia da Umbanda?




Segue abaixo uma carta de esclarecimento  do  C.O.N.D.U.*  sobre  a escolha do 15 de Novembro como dia nacional da Umbanda, bem como o seu significado para a religião e o movimento umbandista.



"Porque Milhões de brasileiros escolheram 15 de Novembro como o DIA NACIONAL DA UMBANDA


O CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA - C.O.N.D.U. – por intermédio de sua representante no Estado do Amazonas, a Cruzada Federativa Espírita de Umbanda,  tomou conhecimento do comentário da sessão “Umbanda – Quimbanda”  do jornal  “ A Notícia”,  de Manaus,  em 11 do corrente mês,  sob o título “Escolha Justa”,  no qual se lê que  “ a suposta escolha de 15 de novembro para ser considerado o Dia da Umbanda,  sugerida num encontro umbandista, no Rio de Janeiro, vinha decepcionando”… e que  “a data diz respeito à  Proclamação da República,  nada tendo a ver com a Umbanda, o que significa que foi sugerida por profanos,  por quem desejava apenas homenagear um centro”… ”Os umbandistas amazonenses disseram que o 13 de Maio,  data da libertação dos escravos é realmente a mais indicada”.
O C.O.N.D.U. esclarece que:
A data de 15 de Novembro foi proposta pelas entidades federativas do Rio de Janeiro, na I Convenção Anual deste Conselho,  da qual participaram 25 federações,  representando a maioria absoluta dos Estados;  e que não opuseram qualquer objeção à escolha.
Entre as datas sugeridas – 13 de Maio, consagrada aos Pretos Velhos –  e 22 de Novembro – dia de Araribóia –  venceu por unanimidade 15 de Novembro.  Nessa data,  em 1908,  manifestou-se pela primeira vez,  numa sessão da Federação Espírita,  em Niterói,  uma entidade que declarou trazer a missão de estabelecer um culto,  no qual os espíritos de índios e de escravos poderiam desenvolver seu trabalho espiritual,  organizado no plano astral do Brasil.  Na época,  esses espíritos aproximavam-se das reuniões espíritas,  mas as suas mensagens eram recusadas,  por serem eles considerados atrasados,  tendo em vista a condição de humildade com que se identificavam.
A entidade,  que se apresentou aos videntes como um mentor espiritual,  deu o nome de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.
No dia seguinte,  verdadeira multidão compareceu à residência do médium – um jovem de 17 anos,  Zélio Fernandino de Moraes,  de tradicional família fluminense.  A entidade manifestou-se e determinou as normas do novo culto,  que teria o nome de UMBANDA, declarando fundado o primeiro templo de Umbanda,  cuja prática seria exclusivamente a caridade espiritual,  através de passes, desobsessões e curas de enfermos.
O templo,  que tomou o nome de Tenda Nossa Senhora da Piedade, funciona ainda hoje,  no centro do Rio de Janeiro (Rua D. Gerardo, 51) com uma filial ( Cabana de pai Antônio ) num sítio em Boca do Mato,  Cachoeiras de Macacu,  completando,  em Novembro próximo, 69 anos de atividade.
Prosseguindo a sua missão,  o Caboclo das 7 Encruzilhadas fundou mais 7 templos,  cujos dirigentes foram escolhidos entre os grupos de médiuns preparados nas sessões doutrinárias que a entidade estabelecera,  às quintas-feiras à noite,  para esclarecimentos sobre a doutrina espírita,  o Evangelho e as normas ritualísticas da Umbanda.  Estas normas determinavam:  médiuns uniformizados de branco, cânticos sem acompanhamento de atabaques nem palmas ritmadas;  preceitos baseados apenas em água,  amaci de ervas,  flores e pemba, atendimento totalmente gratuito,  não sendo admitido estabelecer nem aceitar retribuição financeira de espécie alguma.  Os templos, organizados administrativamente,  mantinham-se pelas contribuições dos associados.
Milhares de templos,  em quase todos os Estados,  descendem desse grupo inicial,  conservando, em sua maioria,  a pureza da doutrina e da ritualística.  Formou-se assim a religião de Umbanda – denominada,  de início,  Lei de Umbanda,  ou Linha Branca de Umbanda – cujos mentores são os Caboclos e os Pretos-Velhos.
Justifica-se,  portanto,  a escolha da data de 15 de Novembro,  por não se prender apenas a uma das falanges principais da Umbanda e sim a ambas:  Caboclos e Pretos Velhos.
A referência feita à Proclamação da República deve-se ao fato de ter sido ela determinante da igualdade religiosa estabelecida pela primeira vez na Constituição da República,  em 1889,  o Estado deixou de ter uma religião oficial,  permitindo assim que todos os credos, inclusive a nossa doutrina,  se difundissem livremente.
(Jornal “Gira de Umbanda” 1976)

Extraído de  ”A Umbanda Brasileira”, livro de José Fonseca  publicado em 1978, depois de passar pelo Jornal ” Gira de Umbanda” em 1976. Páginas 7,8 e 9.

Observação de Pedro Kritski, autor do Registros de Umbanda, (que achei muito interessante) sobre a carta:
É interessante observar no  texto o desconhecimento existente na década de 70 de grande parte do movimento umbandista da história  ocorrida em 1908 – bem como do próprio rito original, cujo estudo e análise ainda hoje é renegado pela grande maioria dos umbandistas –  os motivos da escolha do 15 de novembro pelo próprio Caboclo das  Sete Encruzilhadas para a sua manifestação e a anunciação da nova religião, as considerações feitas sobre o 13 de maio, como sendo a data mais apropriada para representar a Umbanda, o que representa a existência de uma grande associação na época, da origem da Umbanda, o seu surgimento, com as religiões e a cultura afro-brasileira. Posição ainda sustentada por grande parte das vertentes africanistas de Umbanda, que relutam em reconhecer fatos históricos;  a Umbanda como religião puramente brasileira, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade,  Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas como os fundadores e precursores da Umbanda.

Fonte: Registros de Umbanda

*C.O.N.D.U. - Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda. Criado em 12 de Setembro de 1971 sendo o primeiro órgão umbandista de caráter nacional, que conseguiu agregar em sua reunião de 1976 , 25 federações de Umbanda de todo o país,  totalizando mais de 40.000 terreiros e tendas  representadas no evento, que teve entre as suas pautas,  a escolha do dia nacional da Umbanda.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Porque reencarnamos?

FINALIDADES E JUSTIFICATIVAS



1. Expiação: O vocábulo expiação também é oriundo do latim, expiatione, e tem como significação o ato de expiar, isto é, castigo, penitência, cumprimento de pena. Todavia, sabemos que Deus não castiga ninguém e o sofrimento pelo qual estamos sendo infligidos é fruto dos nossos próprios erros. É bem verdade que a encarnação muitas vezes constitui um aprisionamento para o espírito e poderíamos comparar o planeta Terra, que ainda é um mundo de expiações e provas, a um grande presídio de almas, que padecem dos mais diversos problemas ligados às doenças, à miséria, à violência, etc. Porém, como podemos encontrar na apostila do Curso Básico de Espiritismo da Federação Espírita do Estado de São Paulo, tais sofrimentos, quando suportados com resignação, paciência e entendimento, apagam erros passados e purificam o espírito que assim vai, encarnação após encarnação, libertando-se das imperfeições da matéria. Muitas pessoas ainda ficam estupefatas quando afirmamos que o sofrimento se faz necessário para a correção das falhas que possuímos. Obviamente, as almas possuem a faculdade de se melhorarem sem as dores e dificuldades infligidas na encarnação, isto quando despertam para uma nova consciência de trabalho em prol da reforma íntima e amor ao próximo. Entretanto, é sabido que muitos desses espíritos ainda relutam em se despojar dos vícios e das más inclinações. Endurecidos e cegos pelo egoísmo e pela vaidade, não conseguem se libertar dos sentimentos que aviltam o homem e, por isso, carecem da expiação terrena para compreenderem melhor os desígnios de Deus. A expiação é, assim, a alavanca que move o espírito estacionário ao caminho da perfeição.



2. Prova: Entendemos aqui a acepção prova como sinônimo de aprendizado para o espírito. O Livro dos Espíritos nos ensina que, em sentido amplo, cada nova existência corporal é uma prova para o espírito. Prova não significa necessariamente sofrimento, como é o caso da expiação, mas sim a aquisição de novos conhecimentos em virtude de testes a que será submetido o espírito encarnado. Exemplificativamente, em uma nova existência o espírito encarnado estará sujeito a provas de paciência, de tolerância, de amor, de fé, de perseverança, entre outras, para que possa se depurar e adquirir mais virtudes. É a reforma íntima operando no espírito para que este possa um dia atingir a perfeição.



3. Missão: Também oriunda do latim, missione, possui o sentido de encargo, incumbência de realizar alguma coisa. Ora, todos os espíritos, ao encarnarem, possuem uma missão pré-estabelecida que, segundo os ensinamentos trazidos pelo Colégio Allan Kardec, da cidade de Sacramento, em Minas Gerais, podemos denominá-la de planejamento encarnatório. Os espíritos mais adiantados vislumbram quais as possibilidades mais favoráveis ao adiantamento do espírito e, antes deste encarnar, traçam um planejamento de toda a sua existência, desde o nascimento até o desencarne. A família que o receberá, as pessoas de sua convivência, o emprego, a escola, as escolhas e as opções que deverá fazer em sua encarnação. Tais missões, de modo geral, enquadram-se em papéis de maior ou menor intensidade, de acordo com a capacidade e a elevação do espírito reencarnante. Não podemos confundir a missão definida para cada espírito com a encarnação de espíritos missionários, que são avatares incumbidos de grandes realizações no planeta, como é o caso dos espíritos sublimes que nos trazem tantos ensinamentos de conduta moral e ética. É por isso que preferimos a palavra missão pelo vocábulo tarefa, pois nossas realizações ainda são pequenas diante da grande responsabilidade assumida por um espírito missionário. Mas, são essas pequenas tarefas que nos ajudarão a crescer moral e espiritualmente e que nos conduzirão ao reino de felicidade anunciado por Jesus.



4. Cooperação na Obra do Criador: Aprendemos no capítulo XI, item 24, da Gênese de Allan Kardec, que o trabalho inteligente realizado pelo espírito encarnado em seu proveito sobre a matéria, concorre para a transformação e o progresso material do globo em que habita; assim é que, progredindo ele mesmo, colabora na obra do Criador, de que é agente inconsciente. Todas as almas estão obrigadas a esta cooperação de que falta a codificação kardequiana. Além daquilo que temos a expiar, além das provas a que somos submetidos e além de cumprir fielmente a missão ou tarefa a que nos propomos, devemos colaborar com esta grande obra, que é o alcance da perfeição humana. Algumas almas mais preguiçosas poderiam esbravejar dizendo o seguinte: quer dizer então que, além de sofrer (expiação), ser submetido a testes (prova) e cumprir tarefas estipuladas em minha vida (missão), ainda devo ajudar a Deus? E a resposta é SIM. Obviamente que sim. Ninguém alcançará a perfeição sozinho. Ninguém estará plenamente feliz enquanto houver uma alma sequer sofrendo. A caridade trazida como o caminho para a salvação é a máxima cristã da mais pura beleza e veracidade. O capítulo XIII do Evangelho Segundo o Espiritismo contém pérolas de ensinamentos que trazem aos homens o real significado de uma existência: auxiliar ao próximo em suas carências sem ostentação. Eia a nossa verdadeira missão. A despeito da pergunta formulada acima, Jesus fatalmente nos responderia o que segue: se desejosos de atingires a perfeição, olhai primeiro para baixo de vós, e vereis quantos estão a sofrer e padecer das mais cruéis e inúmeras dificuldades da matéria. Auxiliai primeiro estes para serdes auxiliados depois. Trabalhando, sendo operosos e fazendo a nossa parte enquanto espíritos encarnados, estaremos dando a nossa parcela de contribuição, somos singelos operários a serviço do Grande Arquiteto do Universo.


5. Ajudar a Desenvolver a Inteligência: A encarnação também tem como escopo o desenvolvimento intelectual do espírito. Todavia, essa gama de conhecimentos que se adquire através das várias existências deve servir para conduzir as inteligências retardatárias ao Criador. Como nos ensina o Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo VII, a conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance. Se o meio onde o espírito habita lhe favorece o aprimoramento de seus conhecimentos, ele deverá reparti-lo com aqueles que não tiveram as mesmas condições e oportunidades. Por outro lado, cultura não é sinônimo de sabedoria. De nada adianta a alma acumular conhecimentos de toda espécie e não praticar o amor e a caridade em sua vida. Poderíamos comparar essa inteligência a um automóvel muitíssimo veloz e sofisticado, mas que não possui um hábil condutor: fatalmente se chocaria por não estar governado por mãos caridosas e amoráveis. Melhor seria possuir poucos recursos intelectivos, mas conduzindo os ditames da vida com bom senso e discernimento, auxiliando sempre aqueles menos afortunados do caminho.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Também se constitui como uma das finalidades da reencarnação o refazimento do corpo perispiritual. É cediço que o espírito desregrado, preso aos vícios e às paixões que envilecem o homem, ao desencarnarem, podem chegar a perder sua forma perispirítica. Assim como o suicida, que do mesmo modo compromete gravemente o seu corpo fluídico, é dada a oportunidade de uma nova existência tão somente para o restabelecimento desse corpo. Geralmente, essas encarnações se dão de forma compulsória, sem a aquiescência do espírito encarnante, mas a discussão mais detalhada sobre esse assunto implicaria em delongar mais o nosso trabalho, o que não é nosso objetivo.
Desejamos aqui apenas ressaltar a importância do conhecimento das finalidades da reencarnação para que possamos efetivamente aplicá-las em nossas vidas, em todas as suas nuances. Expiando nossas faltas, aprendendo com as provas a que somos submetidos, cumprindo rigorosamente a missão (tarefa) a que nos propomos na pátria espiritual, colaborando na grande obra da criação e desenvolvendo nossa inteligência, estaremos dando largos passos a caminho da evolução e, consequentemente, da nossa própria felicidade.
Que o bondoso Mestre Jesus possa nos amparar diante dessa caminhada, para que os fardos pesados se tornem mais leves e suportáveis em nossa atual existência.

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Esta é a 3a Parte do texto sobre Reencarnação.
Para ler a 1a Parte clique AQUI e para ler a 2a Parte clique AQUI.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

02 de Novembro - Dia de Finados (S. Lázaro - Omulu)

OMULU / OBALUAÊ
Sincretismo: São Lázaro / São Roque
   




 1. O nome desses Orixás está relacionado ao “rei e dono da terra”. Sua veste é representada em palha e esconde o segredo da vida e da morte. Está relacionado à terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol.
2. Energias Divinas cultuadas desde o Antigo Egito, os Orixás Omulu e Obaluaê sempre estiveram presentes nas diversas culturas, através da figura do “Anjo da Morte”, do “Ceifador de Vidas”. Na África, essas energias eram consideradas como os Senhores da Vida e da Morte, dependendo do culto seguido. Quando os negros africanos aqui chegaram, trouxeram em sua bagagem esse conhecimento adquirido ao longo dos tempos, legando a esses Orixás os domínios sobre a morte, as doenças e à medicina.
3. É muito comum, no culto umbandista, os terreiros não fazerem diferenciação entre a energia dos Orixás Obaluaê e Omulu. No entanto, existem características distintas em cada uma dessas emanações do Criador. Provavelmente a confusão que existe em relação a essas duas Forças Cósmicas deriva do fato de que ambos os Orixás, Omulu e Obaluaê, regem as energias relacionadas à vida e morte dos espíritos encarnados.
4. No aspecto relativo à morte, o Orixá Omulu é aquele que nos encaminha após nosso desencarne até o nosso local de destino, até que nos deparemos com o resultado de nossa última existência carnal. Seus falangeiros são os espíritos que atuam na hora da libertação da matéria. É por isso que a energia desse Orixá está presente em cemitérios, hospitais, necrotérios, etc.
5. Já a energia que recebe o nome de Obaluaê, juntamente com a energia do Orixá Nanã, é encarregado de trazer o espírito à nova vida que irá ter na matéria. Obaluaê é o Senhor das Passagens. Seus falangeiros respondem pela elaboração do projeto da nova encarnação do espírito, fazendo a redução do períspirito até o tamanho fetal, atuando na ligação do espírito ao corpo, após a fecundação, fixando-o ao útero materno para o desenvolvimento com vida e posterior nascimento.
6. Obaluaê, assim como Omulu, traz a cura para as nossas doenças. É a energia de Obaluaê que possibilita a atuação dos médicos e profissionais de saúde para trazerem o alívio necessário às dores dos que sofrem. É considerado o médico dos pobres.
7. É o Orixá da transformação. São energias desintegradas, energia letal. É também conhecido como o senhor da morte e destruição. Rege a transmutação em todos os sentidos. Por isso é muitas vezes mal compreendido e chamado do “senhor do cemitério” o que não está correto, porque Omulu rege a transformação, e não somente a morte, embora seja a maior das transformações que um ser humano possa passar.
8. Características dos filhos (arquétipo) de Omulu/Obaluaê: O arquétipo de Omulu/Obaluaê é o das pessoas com tendências masoquistas, que gostam de exibir seus sofrimentos e as tristezas das quais tiram uma satisfação íntima. Pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida lhes corre tranqüila. Podem atingir situações materiais invejáveis e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. Pessoas que em certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais. Introspectivos, pensativos, reservados, observadores, pesquisadores, modestos, simples e misteriosos. Normalmente tem poucos, mas sinceros amigos. São lentos, calmos e agitados ao mesmo tempo. São estudiosos quando se interessam  por um assunto e de preferência místico. Gostam de lugares sombrios e sem muita gente. No lado negativo são medrosos, indecisos e apreensivos. São fatalistas, dramáticos e exagerados, teimosos, pirracentos, nervosos e ansiosos.
9. Cor: Branco e Preto
10. Fio de Contas (Guia): Branco e preto (intercalando as duas cores)
11. Ervas: Velame, mastruço, vassoura preta, folha de laranja lima, folhas de milho
12. Símbolo: Cruz
13. Pontos da Natureza: Cruzeiro do cemitério
14. Flores: Quaresmeira, cravo vermelho, rosas brancas, palmas
15. Pedras: Ônix, Turmalina Negra
16. Metal: Chumbo
17. Saúde: todos os órgãos (responsável pelo funcionamento do organismo num geral)
18. Dia da Semana: Segunda-feira
19. Elemento: Terra
20. Saudação: Atoto Obaluaê! Atoto Meu Pai!
21. Bebida: Vinho tinto, aloá, sumo de suas próprias ervas
22. Fruta: Banana da terra, abacaxi, laranja lima
23. Comidas: Coco fatiado coberto com mel e pipocas
24. Data Comemorativa: Obaluaê – 16 de Agosto e Omulu – 02 de Novembro
25. Sincretismo: Omulu – São Lázaro / Obaluaê – São Roque
26. Incompatibilidades (Quizilas): Carne de Porco, caranguejo, genipapo. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Reencarnação e a Bíblia

 DIFERENÇA ENTRE RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO

A palavra ressurreição é oriunda do latim, resurrectione, e tem como significado o ato ou efeito de ressurgir ou ressuscitar.
Nos termos trazidos pelo Evangelho Segundo o Espiritismo, a ressurreição supõe o retorno à vida do corpo que morreu, o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo estão, desde há muito, dispersos e absorvidos.
O dogma trazido pela igreja tem o condão de fazer seus fiéis acreditarem na possibilidade acima discutida, o que verificamos ser algo irrealizável.
Os ensinamentos cristãos, oriundos do nosso Mestre Jesus, diziam respeito à reencarnação e não à ressurreição, como veremos a seguir.

REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA

A Bíblia possui inúmeras assertivas acerca da reencarnação, como por exemplo aquela em que Jesus afirma ser João Batista a reencarnação do profeta Elias.
Todavia, o trecho abaixo transcrito do evangelho de São João, nos parece mais adequado ao estudo ora desenvolvido:
“Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus – que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele”.
Jesus lhe respondeu: “Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”.
Disse-lhe Nicodemos: “Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer pela segunda vez?”
Retorquiu-lhe Jesus: “Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito.”
Respondeu-lhe Nicodemos: “Como pode isso fazer-se?” – Jesus lhe observou: “Pois quê! És mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?” (São João, cap. III, vv. 1 a 12).

Quando Jesus disse a Nicodemos que a carne procede da carne e o espírito procede do espírito, quis dizer que o corpo carnal nasce de um outro corpo carnal, como o filho que cresce no ventre de sua mãe, mas enfatizou que o espírito é imortal e a sua procedência é divina e nascerá em um novo corpo toda vez que houver necessidade de reparação, ajustamento ou evolução.


Se você perdeu, pode conferir a primeira parte sobre Reencarnação clicando AQUI!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Reencarnação

CONCEITO DE REENCARNAÇÃO

Encontramos no Evangelho Segundo o Espiritismo, mais precisamente em seu capítulo IV, a definição de reencarnação como o retorno da alma ou do espírito à vida corporal, mas em um outro corpo novamente formado para ela, e que nada tem de comum com o antigo. Atualmente o referido vocábulo está presente até mesmo nos dicionários da língua portuguesa, que definem a palavra reencarnar como a possibilidade do espírito reassumir a sua forma material.

Reencarnar (prefixo “re” + encarnar, do latim incarnare) é voltar à carne, ou seja, tornar o espírito a habitar um corpo carnal com o objetivo de se burilar e se aperfeiçoar na senda do progresso a que todos estamos predestinados.

Nos dias de hoje a reencarnação é amplamente discutida e debatida entre todos os segmentos da sociedade; até mesmo as religiões não-reencarnacionistas guardam enorme respeito aos adeptos da crença das vidas sucessivas do espírito. É cediço que nós espíritas constituímos o único segmento que ainda se intitula como religião reencarnacionista-cristã. As demais congregações cristãs, como por exemplo o catolicismo ou o protestantismo, admitem a imortalidade da alma, mas não compactuam com a hipótese de o espírito ter a faculdade de renascer em um novo corpo. Entretanto, prosélitos de outras seitas desvinculadas do cristianismo, tais como Seicho-No-Ie e o Budismo, as religiões afro-brasileiras como a Umbanda e o Candomblé, aceitam a reencarnação como forma natural do aprimoramento e amadurecimento do ser humano, assim como outras doutrinas espiritualistas que vislumbram no Cristo em ente iluminado, crêem na possibilidade da reencarnação, mas não possuem característica religiosa, como é o caso do racionalismo cristão, entre outros.


ESQUECIMENTO DO PASSADO

Os críticos mais pertinazes do tema em debate atribuem a não existência da reencarnação ao fato de não nos recordarmos das vidas anteriores. Porém, um estudo superficial não nos daria condições de analisar com a devida clareza as finalidades e justificativas das vidas sucessivas. Talvez em razão disso seja a descrença encontrada no posicionamento de cépticos e censores.

O esquecimento do passado é uma bênção. Deus, na sua infinita sabedoria, permite aos seus filhos voltar à Terra, novamente encarnados, reunidos em um mesmo grupo ou família. Espíritos afins reencontram-se com o objetivo de se aprimorarem e as lembranças de vidas pretéritas prejudicariam o desempenho da criatura na atual existência. Ódios, rancores, amarguras, rusgas e desentendimentos poderiam vir à tona atrapalhando o exercício do amor fraternal no seio familiar ou no grupo de convívio.

A providência divina se encarrega de atender todas as necessidades do espírito encarnado na sua atual existência e as recordações do passado poderiam prejudicá-lo em sua missão. O déspota, ao retornar á vida carnal, certamente iria envergonhar-se de sua condição e atravancar o seu progresso em busca da redenção. O soberbo renascido entre os miseráveis e estropiados não admitiria ser rebaixado da posição social em que outrora se encontrava. Inimigos e desafetos encarnados no mesmo círculo familiar, como pais, filhos ou irmãos, fatalmente se digladiariam na hipótese de se recordarem dos malefícios que fizeram um ao outro.

O ato de perdoar ainda é muito difícil de ser praticado em nossa condição evolutiva. Por isso, o esquecimento do passado vem de encontro com as necessidades do espírito. Algozes ferrenhos poderiam aprender o exercício do amor, da paciência e da tolerância, desde que não se recordem das feridas que foram provocadas e o perdão virá de forma natural a dissolver as intrigas existentes entre as criaturas.

Eis o significado da não recordação do que fomos, sentimos ou com quem nos relacionamos em existências anteriores. O que deve permanecer tão somente é a consciência imortal do espírito, que o levará a habitar moradas mais sublimas da Casa do Pai.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mensagem

"Marcar estudo e fazer a sério, mesmo havendo interrupções.
Muitos estudam e precisam estar presentes."

"Eles precisam ajudar o outro. Cooperação.
Tem receio de falarem o que sentem (...) e compreensão no relacionamento, tem que existir respeito a si e ao próximo."

terça-feira, 11 de outubro de 2011

12 de Outubro - Dia de N.Sra. Aparecida (Oxum)

OXUM
Sincretismo: Nossa Senhora Aparecida


1. Orixá feminino de origem ioruba, bastante cultuado no Brasil, onde sua imagem é quase sempre associada à maternidade, sendo frequentemente invocada através da carinhosa expressão “Mamãe Oxum”.
2. Oxum é destacada como dona da água doce e, por extensão, de todos os rios e cachoeiras.
3. Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade. Tem a responsabilidade de zelar tantos pelos fetos em geração como pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar. Certa confusão pode estabelecer-se entre as funções de Oxum e as de Iemanjá, já que dividem o poder sobre a maternidade.
4. Oxum representa a feminilidade, a gravidez e a mãe de todas as crianças que não falam. Oxum preside a devoção e o amor materno.
5. Senhora das águas doces, rios, riachos, lagos, é símbolo da busca constante dos valores familiares.
6. Também considerada deusa do amor, da candura, da brisa fresca, da alegria, da fartura e da riqueza.
7. Os falangeiros da Orixá Oxum quando se manifestam nos terreiros de Umbanda fazem  movimentos suaves com os braços como que atraindo para si o sentimento das pessoas, renovando-os e transformando em sentimentos de união. Emitem longo choro, dando passes e reativando as energias positivas naqueles que necessitam dessa mudança e renovação.
8. Oxum distribui a energia de união através do movimento das águas doces, que serve como condutor magnético de suas ondas vibratórias, harmonizando as energias da natureza.
9. Os pedidos para Mamãe Oxum podem ser direcionados à proteção na gestação, fertilidade, amor, riqueza (interior), paz no lar, saúde e firmeza nos negócios e finanças.
10. Características dos filhos (arquétipo) de Oxum: O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social. São pensativos, elegantes, charmosos, atenciosos, trabalhadores, espertos, os filhos de Oxum tem um que doce no olhar. São pessoas extremamente sensíveis e de choro muito fácil. Dóceis, amáveis, carinhosos, sequiosos de amor, justiça e paz interior. São realistas, com os pés eternamente no chão, muito determinados, como é determinada a água que corre nos rios e cachoeira.
11. Cor: Azul e amarelo
12. Fio de Contas (Guia): Amarelo ouro ou azul
13. Ervas: Jasmim e Dinheiro em penca
14. Símbolo: Lírio ou coração
15. Pontos da Natureza: Cachoeira e Rios
16. Flores: Lírios
17. Pedras: Topázio
18. Metal: Ouro 
19. Saúde: Órgãos Reprodutores
20. Dia da Semana: Sábado
21. Elemento: Água
22. Saudação: “Ora ye ye Mamãe Oxum”, “Ao ie ie u Mamãe Oxum”
23. Bebida: Champanhe
24. Fruta: Banana
25. Comidas: Pirão e Quindim
26. Data Comemorativa: 12 de Outubro
27. Sincretismo: Nossa Senhora Aparecida
28. Incompatibilidades (Quizilas): Abacaxi e Barata

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mediunidade na Umbanda

A mediunidade é compromisso assumido na Espiritualidade, antes mesmo de se reencarnar. É como se deixássemos uma autorização ao mundo espiritual para que, quando chegada a hora certa, possamos servir de “elo de comunicação” (instrumento) para os espíritos poderem se comunicar.
Por que então, tantas vezes a mediunidade não é praticada? Algumas vezes porque esse compromisso é esquecido ou camuflado perante uma sociedade que geralmente olha a Umbanda com grande preconceito.
Mediunidade para a maioria dos Umbandistas é sinônimo de muita luta, resignação e sacrifício; por outro lado, ao longo da caminhada, nos proporciona uma imensa certeza do dever cumprido. Os médiuns de Umbanda são aqueles que, vem com seu perispírito preparado para ser instrumento de comunicação, orientação ou cura nos trabalhos Umbandistas.
Algumas pessoas chegam ao Centro (terreiro) por “amor”, outras pela “dor” e outras ainda pela “obsessão”.
Todos devem ter consciência e responsabilidade para saber que antes de se assumir um lugar nos trabalhos de uma Casa de Umbanda, é preciso ter maturidade; ou seja, procurar aprender antes e praticar depois; para que quando a caridade seja praticada, exista responsabilidade e não aconteça o entra e sai de médiuns, tão frequentes nos terreiros.
Quando um médium ingressa num terreiro, é um elo a mais que se liga na corrente mediúnica da casa, e passa a ter deveres e obrigações, tais como: equilibrar-se ao máximo para que a corrente não perca o equilíbrio, pois quando um elo se quebra, todos caem juntos; aproveitar as giras para troca de energia com suas entidades (com a prática passa a sentir e reconhecer suas vibrações); fazer banhos de defesa no dia do trabalho; não praticar atos sexuais 24 horas antes do trabalho; vir com roupa branca designada pela casa; vir sem “badulaques”, tais como: relógios, brincos, pulseiras, anéis, tiaras, correntes, fivelas, etc. (as entidades precisam apenas dos médiuns, não de seus enfeites); vir sem maquiagem; seguir o regulamento da casa, como horários entre outros; quando incorporar, ser responsável pelo material utilizado pelo “seu” guia, como velas, guias, etc.
Os que chegam pela “dor”, ou seja, chegam através de algum problema que atrapalha sua vida, seu trabalho ou sua saúde, devem ser tratados até que se sintam curados do problema que os afligia e aí então, se tiverem disposição e vontade, podem fazer parte da corrente, primeiro estudando os trabalhos, analisando e tendo a certeza que é o que realmente quer.
Por último, os médiuns que chegam através da “obsessão” precisam ser cuidadosamente orientados, tratados e energizados, bem como a entidade obsessora. Com o tempo, quando houver o afastamento da entidade, fatalmente haverá a melhora do médium e aí chega a hora da recomposição da energia perdida, principalmente atuando nos chacras e na aura do paciente. Na Umbanda um dos tratamentos de desobsessão é feito através do “transporte” que consiste em transferir a entidade que acompanha o paciente para um médium preparado que dê condições para a entidade se manifestar.
Geralmente, o primeiro passo para o médium dentro do trabalho da Umbanda é ser “cambono”, ou seja, ajudar a entidade que está atendendo as pessoas.
Quando um médium está cambonando deve entender que mesmo que o caboclo (preto-velho, criança ou exu) esteja conversando com outras pessoas durante o trabalho, a entidade continua atuando nele, ajudando no seu desenvolvimento. Pouco a pouco, com o passar do tempo, os médiuns que forem de incorporação começarão a sentir as vibrações das entidades que começam a se aproximar de sua mente e do seu corpo. Alguns se assustam, outros se retraem, outros começam a inventar passos para a entidade, e aí começa um período de enorme insegurança para o médium em desenvolvimento. Os questionamentos começam: “Será que sou eu ou a entidade?” Essa é a pergunta mais frequente na iniciação dos médiuns, porque mesmo sentindo que realmente existe uma força maior junto dele, ele não entende como pode ouvir, ou ver, ou saber o que está sendo feito. Ora, seria muito fácil se simplesmente a consciência sumisse e as entidades trabalhassem sozinhas. Mas onde estaria a responsabilidade do médium? Como iria evoluir? Como iria aprender? Na Umbanda a maioria dos médiuns tem consciência do que se passa; alguns têm semiconsciência e raríssimos são inconscientes.
Os que ouvem e veem o que sentem durante o trabalho, no começo se sentem inseguros; mas com o passar do tempo, a maior prova que se tem da presença da entidade é o resultado do trabalho junto aos pacientes. Qual a fórmula mágica que o médium consciente tem para agir corretamente e não mistificar? Veja esses conselhos: “Seja sincero com você mesmo; se você não se enganar, não enganará ninguém”. Coloque no seu subconsciente que não é você que vai trabalhar e seja um bom instrumento. Não queira passar na frente dos caboclos e colocar a “sua” vontade em prática. Não queira imitar outros médiuns, você tem sua individualidade e sua entidade também. Exemplo: não é porque uma entidade chega e ajoelha que todos precisam fazer o mesmo. Cada entidade tem sua própria personalidade. Cabe ao médium deixar que ela se manifeste.
Os médiuns semiconscientes são aqueles que às vezes ouvem, às vezes vêem. Precisam ter equilíbrio para não atrapalhar a comunicação. Interessante é que na quase totalidade das vezes ao término do trabalho guardam somente frases soltas, incoerentes, não se lembrando dos casos que atendeu ou que mirongas prescreveu.
Os médiuns inconscientes são aqueles que não ouvem, não vêem, ou seja, não tem nenhum controle na comunicação.
São médiuns que tem muita dificuldade no seu desenvolvimento pois quando são “puxados” na gira, sentem como se estivessem caindo num buraco fundo, e se apavoram. Por não ter controle na comunicação, não são aconselhados para tipos de trabalho de desobsessão com o “transporte”.
A mediunidade, quando desenvolvida num terreiro de Umbanda onde a seriedade e a responsabilidade são fatores constantes, tem um caminho muito bonito; mas quando isto não acontece, existe um grande perigo deste médium ficar completamente desequilibrado chegando muitas vezes até a obsessão. Outro fator de muito perigo é a incorporação sozinho, em casa (fora do Congá). Existe uma grande possibilidade de, com o passar do tempo, o médium pensar que está incorporando um Caboclo e na verdade ser outro tipo de entidade (mistificador ou zombeteiro).
Quanto às vibrações que sentimos no desenvolvimento, podemos dar um aspecto geral, lembrando que não é regra.
Caboclos de Xangô: vibração nas mãos e pernas. Peso como se fosse maior que o médium. Impressão de força.
Caboclos de Oxóssi: vibração na região da nuca. Geralmente chegam quietos. Trazem vibrações de firmeza.
Caboclos de Ogum: geralmente chegam com grito de guerra. Caboclos mais agitados, com gestos menos suaves.
Caboclos de Yemanjá: começam balançando o corpo do médium, como as águas do mar. As caboclas dançam e giram limpando as vibrações negativas das pessoas e do ambiente. Emitem energia através das mãos, no balançar dos dedos. Trazem paz.
Pretos-Velhos: vibração nas costas, que se curvam e pesam. Pernas e mãos tremem.
Crianças (Cosme e Damião): vibração de alegria. Vontade de rir, cantar. Alegria por estar ali.
Os banhos de defesa ajudam muito no desenvolvimento mediúnico, desde que usados com precaução. Cada erva tem sua força e sua magia. Cada energia serve para determinado objetivo.
Por isso os banhos não devem ser feitos sem orientação. Existem banhos que podem ser jogados da cabeça aos pés, enquanto outros somente do pescoço para baixo.
Na altura da nuca de cada médium, existe uma glândula (ponto) chamada hipófise, que é a responsável pelo desenvolvimento mediúnico. É o ponto de intercâmbio direto com a Espiritualidade. Nesse ponto, os caboclos trabalham quando vão puxar ou repulsar uma entidade – juntamente com o chacra frontal (testa).
Quando um médium é mal orientado e joga na cabeça qualquer tipo de banho (inclusive banhos fortes de descargo) pode desequilibrar totalmente a energia do perispírito levando o médium ao desgaste físico e mental, ficando muitas vezes doente.
Os banhos devem ser orientados pelas entidades para atingir bons resultados. Alguns podem até ser feitos quando se tem oportunidade, como por exemplo, o banho de cachoeira e o de mar.
Nós, médiuns da Umbanda, devemos respeitar e amar as entidades que trabalham nessa linha e nessa Casa, porque não é por acaso que um grupo se encontra; nem de entidades e nem de médiuns.
Muitas vezes nos parece difícil, quase impossível continuar a marcha; mas ZAMBI nunca nos dará uma cruz mais pesada do que possamos suportar.
Que Oxalá nos una, que os Orixás nos abençoem e que nossos Caboclos e Pretos-Velhos nos orientem até nossa volta para Aruanda.
Luz e Caridade a todos!

Mediunidade

A mediunidade é um fenômeno espiritual que ocorre com muito mais frequência do que muitos possam imaginar, pois estamos rodeados de espíritos.
Algumas pessoas dizem que vêem vultos escuros (espíritos das trevas, do astral inferior) e/ou claros (espíritos de luz, do astral superior), no seu dia-a-dia e, mesmo não sendo médiuns de vidência, têm a impressão ou a sensação de terem sentido uma presença espiritual. Mesmo assim, muitas pessoas ainda não acreditam em sua existência pelo fato de eles habitarem em planos sutis e com leis ainda desconhecidas pela ciência oficial.
Mas, independentemente de se acreditar ou não, potencialmente somos todos médiuns, pois a mediunidade é algo inerente ao espírito (é bom lembrar que estamos todos temporariamente encarnados), embora em graus variados. Alguns a possuem em estado bem aflorado, explícito; são pessoas bastante sensíveis. Outras, a possuem apenas em estado latente, precisam, portanto, desenvolvê-la.
Na Terapia Regressiva Evolutiva, em estado alterado de consciência, após ser orientado pelo seu mentor espiritual – ser desencarnado responsável diretamente pela nossa evolução espiritual – é comum aflorar mais ainda no paciente a sua mediunidade, sua P.E.S. (Percepção Extra-Sensorial) – clarividência, clariaudiência, intuição, premonição, psicografia, psicofonia, etc.
Costumamos chamar de médiuns aqueles que possuem esta faculdade (P.E.S.) de maneira ostensiva.
A grande maioria dos médiuns já vem com os canais mediúnicos abertos, pois receberam uma preparação em seu corpo espiritual (perispírito ou corpo astral) no plano astral antes de reencarnarem para exercerem sua mediunidade. No entanto, por conta do véu de esquecimento de seu passado, muitos se esquecem de seu verdadeiro propósito de vida ao virem como médiuns.
Assumiram o compromisso de exercerem sua mediunidade para saldarem seus débitos cármicos de prejuízos causados numa vida pretérita a muitas pessoas – encarnadas e desencarnadas.
Neste caso, a mediunidade é uma oportunidade de evolução e reparação de erros cometidos no passado. A história revela grandes médiuns em todas as épocas e em todos os credos. Joana D’Arc, desde pequena, escutava vozes (clariaudiência) no silêncio dos bosques, que atribuía a São Miguel, Santa Margarida e Santa Catarina, os quais a incentivavam para se voltar a Deus e defender a França. O filósofo grego Sócrates (século V a.C.) constantemente era orientado pelo seu guia espiritual: “Desde minha infância, graças ao favor celeste, sou seguido por um ser quase divino, cuja voz me interpela a esta ou àquela ação.”
A Bíblia com o velho e o novo Testamento, é uma fonte riquíssima de fenômenos mediúnicos. O apóstolo João mostra a possibilidade de comunicação entre os dois mundos (encarnados e desencarnados), mas nos alerta para a qualidade dessa comunicação: “Não creias em todos os espíritos, mas provai se os espíritos são de Deus”. 
Sendo inerente ao ser humano, a mediunidade pode aparecer em qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo, condição social, moral ou religião à qual se abrace. Mas, mal orientada, principalmente em médiuns bem aflorados, pode acarretar problemas sérios em suas vidas.
É frequente ver por aí, médiuns rotulados pela psiquiatria oficial de esquizofrênicos, psicóticos, com transtorno bipolar (alternância de humor extremada), transtorno de humor (depressão, ansiedade, nervosismo, irritação, angústia, etc.). Desta forma, a ciência psicológica por considerar ainda a mediunidade como um fenômeno anômalo, rotula equivocadamente os médiuns como sendo portadores de distúrbios psiquiátricos.
Por conta disso, a maioria dos profissionais da área de saúde ainda não faz um diagnóstico diferencial entre um distúrbio mediúnico de um distúrbio psiquiátrico propriamente dito. 
Mas, como se diz no jargão médico, cada caso é um caso, sendo fundamental uma análise mais detalhada de cada caso para sabermos distinguir um caso psiquiátrico de um desequilíbrio mediúnico.

PRINCIPAIS SINTOMAS DA MEDIUNIDADE
1. Sintoma Clássico: suor excessivo nas mãos e axilas, principalmente nas mãos. As mãos ficam molhadas, quase geladas. Os pés também podem ficar gelados; as maçãs do rosto muito vermelhas e quentes; as orelhas ardem.
2. Depressão psíquica: a pessoa fica totalmente instável, passando de uma grande alegria para uma profunda tristeza sem motivo aparente. Fica melancólica e sente uma profunda solidão. É como se o mundo todo estivesse voltado contra ela. É facilmente irritável e, nessa fase, ela vai ferir com palavras e gestos aqueles que mais gosta.
3. Alterações no sono: sono profundo ou insônia. A insônia é provocada pela aceleração no cérebro devida à vibração. Os pensamentos voam de um assunto para outro, incontroláveis, e a pessoa não consegue dormir. O sono profundo é devido à perda de ectoplasma, de força vital. Há um enfraquecimento geral do organismo e as vibrações da pessoa são reduzidas.
4. Perda de equilíbrio e sensação de desmaio: a perda de equilíbrio é uma sensação muito rápida. A pessoa pensa que vai cair e tenta se segurar em alguma coisa, mas a sensação termina antes que ela consiga fazer qualquer gesto. É extremamente desagradável. A sensação de desmaio normalmente ocorre quando a vibração abandona a pessoa bruscamente. Ela fica muito pálida e tem que sentar para não cair. Às vezes ocorre sensação de vômito ou de diarreia. Um copo de água com bastante açúcar e respiração pela narina direita normalmente bastam para contornar essa situação.
5. Taquicardia: comum em algumas pessoas. Há uma súbita alteração no ritmo dos batimentos cardíacos, fruto do aceleramento provocado pela vibração atuando.
6. Medos e Fobias: a pessoa fica com medo de sair sozinha, de se alimentar, de tomar remédios, pois acha que tudo lhe fará mal. Às vezes tem medo de dormir sozinha ou com a luz apagada. É muito comum, também, uma total insegurança em tudo o que vai fazer.
Todos esses sintomas tendem a desaparecer com a preparação espiritual e o desenvolvimento mediúnico, mas o tempo necessário ao desenvolvimento dependerá muito do grau de Mediunidade, do interesse e da preparação espiritual do Médium.